Seating Insights

Mapa de pressões 3

Falámos do Carlos

A resposta da almofada mudou bastante passados 15 minutos. Falámos da importância de ter o mapa bem calibrado e de usar toda a escala disponível, e se ainda não leu, pode fazê-lo aqui.

Falámos da Andreia e do Pedro

Em nenhum dos casos a solução foi trocar a almofada. O raciocínio clínico levou-nos à solução certa, e se ainda não leu, pode fazê-lo aqui.

Voltamos ao Pedro – Mapa de Pressões e Educação

Nesta newsletter, voltamos ao caso do Pedro para perceber como o mapa de pressões pode ser uma ferramenta educativa. Vamos ver o que se deve analisar e resumir os pontos essenciais.

Durante toda a avaliação, o Pedro acompanhou os resultados no mapa e foi percebendo o que estava a acontecer. Expliquei-lhe sempre de forma simples para que ele entendesse bem. Isso fez toda a diferença.

Mensagem dele:

“João, como percebi o que cada alteração no posicionamento fazia, já consigo gerir melhor a ferida. Posso usar a cadeira durante algumas horas sem agravar. Vou ajustando ligeiramente o ângulo do encosto, a basculação e os patins.”

(A cadeira dele tem estas funções elétricas que permitem variar posições.) Sempre que se usa o mapa em avaliações, é essencial explicar bem o que se está a passar. Isso ajuda a equipa a tomar melhores decisões e, mais importante ainda, ajuda os “Pedros”.

Quando percebem o que está a acontecer, seguem melhor as orientações terapêuticas.

Isto é o processo educativo.

O mapa de pressões também é uma ferramenta de ensino. Uso-o em aulas e formações porque o feedback visual ajuda a perceber os princípios do posicionamento.

Se te interessar formação, fale connosco!

O que analisar num mapa de pressões?

Análise visual da distribuição da pressão.

Os mapas de pressão utilizam unidades de pressão, milímetros de mercúrio (mmHg) (ou, menos comum, Kilopascal (kPa).

A escala pode variar de acordo com o dispositivo mas é comum escalas entre 0 (baixa pressão) e 200 (alta pressão).

As áreas com cor representam a distribuição da pressão. As cores vermelho, laranja/amarelo indicam alta pressão. As cores como azul/verde indicam zonas de baixa pressão (não esquecer que as cores podem variar de acordo com alterações na escala ou configurações de visualização. Esta leitura refere-se ao mais comum e supostamente correto).

Devemos focar atenção nas áreas vermelhas/amarelas, são críticas em termos de risco de úlceras de pressão.

Importante também perceber se a área total de contacto/pressão varia. Queremos aumentar a área de distribuição de pressão e eliminar ou reduzir zonas de amarelo/vermelho.

Contexto e dinâmica

Como já percebemos pelos exemplos partilhados, o contexto é essencial.

A postura e o posicionamento não são estáticos – são dinâmicos e variam conforme a atividade.

Perguntas a fazer:

  • Estou a alcançar algum objeto?
  • Estou a conduzir cadeira de rodas elétrica? ou manual?
  • Estou em repouso ou em atividade?
  • Como varia a postura ao longo do dia?

Níveis de fadiga/energia fazem variar a postura e, consequentemente, a distribuição da pressão.

Se estamos a avaliar em determinada tarefa/atividade, devemos fazer registo (“print screen”) pelo menos 3 vezes.

Idealmente analisar a variação durante determinado período (para além de esperar pelo menos 15 minutos).

Imaginemos alguém que está sentado na cadeira de rodas manual e não apresenta qualquer ponto de pressão – acabou de se sentar. 15 minutos e continua sem ponto de pressão.

Pedimos para manobrar a cadeira e em pouco tempo temos um ponto de pressão.

Em atividade a postura alterou.

Nota: Os mapas mais recentes são sem fios o que facilita a análise em atividade.

Outros dados

Se dominarmos os conceitos anteriores, já fazemos uma análise muito mais profunda numa avaliação.

Tempo de pressão:

O tempo que determinada área fica sob pressão. Áreas com pressão prolongada, sinal de alarme. Situações de ponto de pressão pontual, por exemplo faz zona de pressão ao alcançar um copo, e volta ao “normal”. A não ser que esteja constantemente a alcançar copos, não será problema.

Pressão média:

Útil para avaliar o nível geral de pressão. Devemos procurar valores mais baixos de pressão média.

Pico de pressão:

Ponto de pressão mais alto registado no período analisado. Identificar picos de pressão e baixar esse valor.

Coeficiente de variação de pressão:

Indica variabilidade da pressão em relação à média. Uma distribuição mais uniforme (variação mais baixa) tende a ser melhor.

Uma variação alta pode indicar necessidade de ajustes.

(Existem ainda mais dados, mas geralmente servem para efeitos de investigação científica.)

Resumindo – O que devemos ter sempre em conta?

  • Esperar pelo menos 15 minutos para perceber se a resposta da almofada se mantém.
  • A postura varia ao longo do dia.
    • É dinâmica.
    • Isso pode causar variações importantes na distribuição da pressão.
  • Um ponto de pressão pode não significar que a almofada é má.
    • Analisar o contexto.
    • Analisar a postura.
    • Testar com variações posturais, alterações no posicionamento/suportes.
  • Procurar perceber se o mapa está calibrado.
  • Confirmar se está a ser utilizada toda a escala suposta.
  • Ficar atento a zonas de cores quentes (amarelo/vermelho) pois são críticas.
    • Devemos procurar eliminar/diminuir esses valores.
  • Utilizar como forma de educar.

Fale connosco

Há avaliações que são fáceis de resolver, mas outras são mais complexas. Se precisar de ajuda, fale connosco.

Se quiser agendar uma avaliação ou uma conversa, envie-nos um email para geral@tsimetria.com.

Se quiseres, dá-nos feedback! Queremos sempre melhorar.

 

Abraço e até já,
Joao Aires, TemperSimetria.